O mercado financeiro enfrentou mais um dia de tensão nesta segunda-feira (2). O dólar comercial encerrou o dia vendido a R$ 6,069, alta de R$ 0,068 (+1,13%), marcando o maior valor nominal desde a criação do Plano Real, em 1994. A moeda norte-americana operou em alta durante todo o dia, chegando à máxima de R$ 6,09 por volta das 13h.
Enquanto isso, o índice Ibovespa, principal referência da Bolsa de Valores brasileira, viveu um dia de volatilidade. O indicador alternou entre ganhos e perdas, fechando em queda de 0,34%, aos 125.235 pontos. Às 14h50, chegou a registrar uma leve alta de 0,13%, mas o movimento de vendas nas horas finais de negociação derrubou o desempenho.
Incertezas econômicas pesam sobre o mercado
O cenário de instabilidade está diretamente ligado à indefinição sobre o pacote fiscal anunciado na última quinta-feira (28). Entre as medidas previstas estão mudanças no Imposto de Renda, na previdência dos militares e no abono salarial. No entanto, até agora, o governo não enviou ao Congresso Nacional as propostas de emenda à Constituição e os projetos de lei necessários para concretizar as alterações.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, passou a tarde reunido no Palácio do Planalto para finalizar os textos das propostas. A falta de clareza sobre as medidas gerou cautela entre os investidores, que reagiram negativamente.
Especialistas apontam que a combinação de fatores internos e externos mantém o mercado financeiro pressionado. Além das incertezas fiscais, a expectativa de alta nos juros dos Estados Unidos tem fortalecido o dólar globalmente e contribuído para a fuga de capitais de mercados emergentes, como o Brasil.
Impactos futuros
Com o dólar em alta e a bolsa em queda, economistas alertam para os potenciais impactos sobre os preços de produtos importados e os custos de produção. O aumento da moeda norte-americana também eleva a dívida pública brasileira, que é parcialmente indexada ao câmbio.