A Dívida Pública Federal (DPF) atingiu R$ 7,139 trilhões em julho, marcando um aumento de 1,02% em relação ao mês anterior, quando o valor era de R$ 7,068 trilhões. De acordo com o relatório divulgado nesta sexta-feira (30) pelo Tesouro Nacional, esse crescimento ocorreu apesar do elevado volume de vencimentos de títulos prefixados, com destaque para as emissões líquidas e a incorporação de juros.
A Dívida Pública Mobiliária interna (DPMFi), composta por títulos emitidos no mercado doméstico, também registrou aumento. O estoque passou de R$ 6,754 trilhões em junho para R$ 6,822 trilhões em julho, refletindo um crescimento de 1%. Este movimento foi impulsionado pela emissão de R$ 10,69 bilhões em títulos a mais do que os resgatados, especialmente em papéis atrelados à taxa Selic, que continua elevada. Além disso, a apropriação de R$ 57,12 bilhões em juros contribuiu significativamente para o aumento.
No mercado externo, a Dívida Pública Federal externa (DPFe) cresceu 1,28%, alcançando R$ 317,63 bilhões. Este crescimento foi impulsionado pela alta de 1,86% do dólar, que continua influenciando a dívida, apesar do vencimento de um título de R$ 3,089 bilhões no mercado internacional.
O Tesouro Nacional destacou que, mesmo com o aumento registrado em julho, a DPF permanece dentro dos limites estabelecidos pelo Plano Anual de Financiamento (PAF) para 2024, que projeta o estoque da dívida entre R$ 7 trilhões e R$ 7,4 trilhões até o final do ano.
O colchão da dívida pública, que serve como reserva para momentos de crise, também apresentou crescimento, passando de R$ 1,032 trilhão em junho para R$ 1,105 trilhão em julho. Essa reserva atual cobre cerca de 8,2 meses de vencimentos da dívida pública, assegurando maior segurança financeira em períodos de instabilidade.
A composição da DPF também sofreu alterações. Com o vencimento de grande volume de títulos prefixados, a proporção desses papéis no total da dívida caiu de 22,67% em junho para 21,33% em julho. Em contrapartida, a participação dos títulos corrigidos pela Selic subiu para 44,95%, refletindo o interesse crescente dos investidores em função da taxa básica de juros elevada.
O prazo médio da DPF manteve-se estável, subindo levemente de 4,02 para 4,03 anos, um indicativo de confiança dos investidores na capacidade do governo de honrar seus compromissos a longo prazo. As instituições financeiras continuam sendo os principais detentores da dívida interna, seguidas por fundos de pensão e fundos de investimento.
A Dívida Pública Federal continua a desempenhar um papel central na captação de recursos pelo governo, oferecendo diversas modalidades de títulos que atraem diferentes perfis de investidores, garantindo a sustentabilidade financeira do país.