Pelo quarto mês consecutivo, as vendas do comércio no Brasil fecharam com saldo positivo, segundo a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira (13). A alta em abril foi 0,9% maior na comparação com o mês anterior e 2,2% maior que o mesmo mês de 2023.
No acumulado do ano, o varejo já registra 4,9% de crescimento e, nos últimos 12 meses, alta de 2,7%. De acordo com o gerente da PMC, Cristiano Santos, quatro meses de crescimento do comércio varejista brasileiro só aconteceram em meados de 2023. “Naquele momento, houve quatro resultados não negativos. Acontece que, dessa vez, os resultados tiveram uma maior amplitude. Então, a variação final desses quatro meses foi maior do que aquele momento de 2023, em que o comércio experienciava crescimentos muito baixos, muito próximos de zero”, disse.
Resultado positivo
O especialista acrescenta que esse resultado positivo do primeiro quadrimestre posiciona o índice de base fixa, com ajuste sazonal, no seu nível histórico. “Na verdade, em fevereiro o nível recorde já tinha sido atingido, só que agora ele se amplifica”, acrescentou.
Dentre as oito atividades pesquisadas, cinco registram êxito em abril, com destaque para equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (14,2%) e Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,5%).
Crescimento econômico
Para o economista Cesar Bergo, esses números positivos contribuem para a manutenção do crescimento econômico do país, que já projeta para o final do ano um crescimento em torno de 2%. “O varejo tem sustentado esse crescimento. Também esse aumento nas vendas do varejo pode manter o mercado de trabalho aquecido, com contratações e melhorias nas rendas dos trabalhadores”, disse.
Bergo acrescenta que políticas adotadas pelo governo federal, como a antecipação do décimo terceiro e o programa Desenrola, vêm estimulando o consumo e movimentado significativamente o varejo.
Mas, sinaliza, o mercado esperava um crescimento maior do varejo em abril. A expectativa era que fosse um crescimento em torno de 1,3%. Para o economista, o varejo ampliado, que contempla veículos e motos, por exemplo, contribuíram para que a expansão das vendas do comércio não avançassem mais.
“Mas de qualquer forma, vem sustentando esse crescimento e ajudando que o PIB do país se mantenha positivo. “Lembrando que esses números não contemplam as questões no Sul do país. Esses números devem vir em maio, de forma negativa”, observou o economista.