Desde o último dia 25 de janeiro, manchas de óleo têm surgido no litoral do Ceará e preocupado instituições estaduais e municipais. A Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), por meio da Coordenadoria de Vigilância Ambiental e Saúde do Trabalhador (Covat), orienta as equipes de Vigilância Ambiental dos municípios a realizar ações preventivas para evitar danos à saúde da população.
Entre as principais medidas, estão: manter atualizados os cadastros das formas de abastecimento que a população tem acesso; priorizar coletas ambientais de água, principalmente nas comunidades e colônias de pescadores de praias onde as manchas de óleo foram identificadas, para análise físico-química e bacteriológica no Laboratório Central de Saúde Pública do Ceará (Lacen); solicitar aos prestadores de água um maior controle no tratamento, principalmente nas localidades e praias com presença das substâncias.
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De acordo com a secretária executiva de Vigilância e Regulação em Saúde da Sesa, Ricristhi Gonçalves, é importante, ainda, que agentes comunitários de saúde realizem iniciativas de educação sanitária nos domicílios, abordando sobre os cuidados com água de consumo humano e proteção de reservatórios. “Os municípios devem manter uma vigilância ambiental de rotina nessas áreas, visto que novos problemas podem surgir a qualquer momento”, afirma.
O manejo das substâncias só poderá ocorrer mediante uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), evitando contato com pele ou mucosa. Conforme orienta a Vigilância Ambiental da Sesa, a população, especialmente crianças e gestantes, não devem entrar em contato direto com as amostras. Em caso de exposição ou aparecimento de sintomas, como irritação na pele, queimação, vômito e diarreia, deve-se procurar atendimento médico nas unidades de saúde.
Aos profissionais de saúde, diante de casos suspeitos e confirmados de intoxicação exógena (exposição a substâncias tóxicas), recomenda-se notificar na respectiva ficha do Sistema Nacional de Agravos de Notificação (Sinan), semanalmente.
Grupo discute mitigação de impactos
O Grupo de Articulação Interinstitucional coordenado pela Secretaria do Meio Ambiente do Estado (Sema) realizou uma reunião na última segunda-feira (31) para alinhar protocolos e medidas mitigadoras e protetivas diante das manchas de óleo no litoral cearense. O encontro foi realizado de forma virtual e reuniu cerca de 120 representantes de órgãos do Meio Ambiente, da Saúde e Defesa Civil – das esferas federal, estadual e municipais –, além de pesquisadores e membros de Organizações Não Governamentais (ONGs).
As manchas de óleo apareceram dia 25 de janeiro na Praia de Canoa Quebrada, em Aracati, distante cerca de 150 km de Fortaleza. Um dia depois, também foram registradas manchas em outras 11 praias do litoral cearense: Prainha, Iguape e Porto das Dunas, em Aquiraz; Canto da Barra, em Fortim; e Prainha do Canto Verde, em Beberibe. Na manhã do dia 27, os vestígios de óleo também foram encontrados na Praia do Futuro, na Sabiaguaba e na Abreulândia, em Fortaleza.