A quadrilha, símbolo das festas juninas no Brasil, foi oficialmente reconhecida como manifestação cultural nacional nesta segunda-feira, Dia de São João. Parte essencial das celebrações que homenageiam os santos Antônio, Pedro e João, essa dança de origem europeia do século 19 se tornou uma tradição enraizada nas festividades populares do país.
A nova legislação, publicada no Diário Oficial da União, amplia o reconhecimento dos festejos juninos, que já incluíam pratos típicos, fogueiras e outras danças folclóricas. Segundo o Ministério do Turismo, essas festas devem atrair mais de 21,6 milhões de pessoas em todo o Brasil, impulsionando o turismo e aquecendo a economia especialmente no Nordeste, onde eventos como o de Caruaru (PE) esperam receber mais de 4 milhões de visitantes.
Em Campina Grande (PB), conhecida pela maior competição de quadrilhas do país, são esperados 3 milhões de participantes durante os 33 dias de festa. Estados como Ceará e Bahia também se destacam com públicos expressivos durante o mês de junho.
No Sudeste, Minas Gerais projeta um aumento de 20% no número de participantes em suas festas populares, enquanto São Paulo espera movimentar meio milhão de pessoas em 300 municípios com suas celebrações.
Na Região Norte, Boa Vista (RR) pretende atrair 370 mil pessoas, enquanto em Palmas (TO), o Arraiá da Capital promete reunir 60 mil celebrantes em cinco dias de festividades.
Transformação cultural
Originada nos bailes da nobreza francesa, onde era conhecida como quadrille, a dança chegou ao Brasil no século 19 e ao longo do tempo incorporou elementos das tradições rurais brasileiras, como as vestimentas caipiras. Em alguns estados, como no Maranhão, a quadrilha se enriquece ainda mais com elementos do folclore local, como o Bumba Meu Boi.