Após mais de 30 dias de angústia, os repatriados da Faixa de Gaza desembarcaram em Brasília na noite de segunda-feira (13), finalmente sentindo um suspiro de alívio. Em entrevista à Agência Brasil e outros veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), eles compartilharam a sensação de segurança e alívio ao escapar da região mais impactada pelo conflito Israel-Hamas.
Sob os cuidados do governo brasileiro, as famílias destacaram a alegria de verem suas crianças brincando ao ar livre, uma cena há muito esquecida desde o início do conflito em 7 de outubro. No entanto, mesmo diante do alívio, persiste a preocupação pelos entes queridos que ainda enfrentam os horrores da guerra, sem perspectivas de saída.
Mahmoud Abuhaluoub, um dos repatriados, relata os horrores vividos nas últimas semanas em Gaza, com prédios desmoronados e bombas atingindo escolas e igrejas. Para ele, o retorno ao Brasil significa não apenas escapar da violência, mas redescobrir a paz que caracteriza o país. “Brasileiros sempre dizem que o Brasil é terra de paz. Hoje entendi essa palavra”, afirma Abuhaluoub.
A jovem Shahed Albanna, que completou 18 anos em setembro, esperava retornar ao Brasil, mas a guerra eclodiu antes que ela pudesse deixar Gaza. Seu relato destaca as dificuldades enfrentadas pelos brasileiros e palestinos na região do conflito, com escassez de água, comida, energia e internet. Agora, entre os repatriados que seguirão para um abrigo no interior de São Paulo, Shahed compartilha a felicidade, mas expressa a saudade dos amigos que ficaram em Gaza.
O comerciante Hasan Rabee, junto com sua esposa e duas filhas, descreve o retorno como um recomeço, após mudanças constantes devido aos bombardeios. Para ele, o atual conflito é o pior que já testemunhou, e a prioridade agora é proporcionar um futuro seguro para suas filhas em São Paulo. O contraste entre os barulhos de bombardeios em Gaza e o canto dos passarinhos no Brasil é marcante, simbolizando a esperança de uma vida pacífica que agora buscam no país.