Entidades como a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e o Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Distrito Federal (SJPDF) lamentaram o ataque sofrido pelo repórter da TV Globo Gabriel Luiz, 28 anos, e cobraram que o caso seja investigado com rigor. O jornalista foi esfaqueado na noite de ontem (14), pouco depois das 23h, perto de sua casa, no Sudoeste, bairro do Distrito Federal. Após passar por cirurgia, o estado dele é grave, e inspira cuidados.
Gabriel foi esfaqueado por dois homens e atingido por dez golpes que perfuraram pescoço, abdômen, tórax e perna. Ele foi encaminhado à unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF).
Em nota, a Fenaj disse lamentar profundamente o ataque e que deseja o restabelecimento do repórter. A Federação cobrou ainda que o caso seja investigado com celeridade e que os responsáveis sejam identificados e punidos.
“Diante da escalada da violência contra jornalistas no Brasil, é preciso uma averiguação criteriosa da motivação do crime, para que seja esclarecido se está vinculado ao exercício profissional”, disse a Fenaj.
O SJDF também lamentou o ocorrido e cobrou a apuração do caso. “Esperamos que o caso seja investigado com rigor. Toda nossa solidariedade ao colega e estamos na torcida para que ele se recupere o mais breve possível. Força, Gabriel!”, tuitou o sindicato.
A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) também se manifestou em repúdio à violência cometida contra o jornalista. A entidade pediu rigor por parte das autoridades do Distrito Federal na apuração do episódio, “com especial atenção para a possibilidade de o crime ter ocorrido em decorrência do exercício da profissão.”
A Abraji disse que entrou em contato com o secretário de Segurança do DF, o delegado federal Júlio Danilo Souza Ferreira, que afirmou acompanhar o caso de perto, sem descartar nenhuma hipótese até o momento.
“A motivação do crime também não foi esclarecida. É importante ressaltar dois pontos: a violência empregada contra a vítima e o local onde o crime ocorreu, uma região de baixa criminalidade”, disse a Abraji.
A Associação brasileira de Imprensa também cobrou uma investigação rigorosa do crime.
“Não se sabe ainda se o crime – gravado por câmeras de vídeo – tem relação com a atividade profissional de Gabriel, mas ele se insere num quadro inaceitável de hostilidade a jornalistas e de crescimento da violência no País, estimulado pelo governo federal. A ABI exige que as autoridades policiais investiguem com empenho a tentativa de homicídio e a esclareçam o mais rapidamente possível”, diz nota divulgada pela entidade.
O Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) também publicou nota sobre o crime. A entidade disse estar consternada e indignada pela tentativa de assassinato do jornalista.
“Os criminosos ainda não foram identificados e a motivação do crime ainda não foi estabelecida. Ainda não podemos afirmar que o crime é uma retaliação à sua atividade profissional, mas diante da crescente violência contra jornalistas no país, é preciso uma resposta rápida e contundente das autoridades policiais”.
A equipe médica que atendeu o jornalista disse que o quadro é estável, mas “é grave”. Após as cirurgias, o jornalista deve ser transferido para um hospital particular na tarde desta sexta-feira.
“O IGES-DF informa que o paciente Gabriel Luiz foi submetido a intervenções cirúrgicas na madrugada de hoje, encontra-se atualmente na UTI, no pós-operatório imediato, em estado grave, mas estável. O paciente está consciente e recebeu visita do pai”, diz boletim divulgado pelo Instituto de Gestão Estratégica da Saúde do Distrito Federal (IGES-DF) que faz a gestão do hospital.
Com informações da Agência Brasil