O papa Francisco, de 88 anos, continua em estado crítico devido a uma pneumonia dupla, mas sua condição apresentou uma “leve melhora” nas últimas horas, conforme informou o Vaticano nesta segunda-feira (24). O pontífice permanece internado no hospital Gemelli, em Roma, há 11 dias, sendo esta a internação mais longa de seu papado de quase 12 anos.
De acordo com o boletim médico divulgado pela Santa Sé, Francisco segue recebendo oxigênio, mas com um fluxo e porcentagem reduzidos. Além disso, uma insuficiência renal leve, identificada no domingo, não tem sido motivo de preocupação. Uma fonte do Vaticano, que preferiu não se identificar, afirmou que o papa tem se alimentado normalmente e consegue se levantar e caminhar pelo quarto do hospital.
A evolução do pontífice permitiu que ele retomasse algumas atividades na tarde de segunda-feira, incluindo uma ligação para o pároco de Gaza. No último fim de semana, a Santa Sé havia descrito o estado de saúde de Francisco como crítico, mencionando que ele precisou de uma transfusão de sangue após enfrentar uma crise respiratória prolongada, semelhante à asma. No entanto, o comunicado desta segunda-feira indicou que não houve novos episódios respiratórios e que alguns exames laboratoriais apresentaram melhora.
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Pneumonia dupla e histórico de saúde
A pneumonia dupla é uma infecção grave que pode inflamar e causar cicatrizes nos dois pulmões, dificultando a respiração. Segundo o Vaticano, a infecção do papa foi classificada como “complexa”, pois foi causada por dois ou mais microrganismos.
Francisco tem um histórico de problemas pulmonares desde a juventude, quando desenvolveu pleurisia e teve parte do pulmão removida. Nos últimos dois anos, sua saúde tem exigido atenção especial, com diversos episódios de internações e dificuldades respiratórias.
Especulações entre cardeais
A prolongada internação de Francisco tem gerado especulações entre cardeais da Igreja Católica, que conta com 1,4 bilhão de fiéis. No domingo (23), o cardeal de Nova York, Timothy Dolan, afirmou durante uma homilia que o papa estaria “provavelmente próximo da morte”, baseando-se apenas nas informações divulgadas pelo Vaticano.
Por outro lado, o cardeal alemão Gerhard Müller criticou os prelados que fazem previsões sobre a saúde do pontífice ou antecipam um possível conclave para a escolha de um sucessor. Em entrevista ao jornal italiano Corriere della Sera, Müller afirmou que os cardeais não possuem mais informações do que o público sobre o estado de Francisco e classificou como “impróprias” as especulações sobre a sucessão papal.
