Moraes critica Zuckerberg e afirma que redes sociais “não são terras sem lei”

Ministro do STF destaca que Brasil não permitirá big techs instrumentalizadas para ampliar discursos de ódio e antidemocráticos.

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Um dia após Mark Zuckerberg, CEO do grupo Meta, anunciar mudanças significativas na moderação de conteúdo em suas plataformas — incluindo o Facebook, Instagram e WhatsApp — o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), reafirmou que o Brasil exigirá o cumprimento rigoroso de suas leis pelas big techs. Moraes destacou que as redes sociais não podem ser utilizadas para disseminar discursos de ódio, nazismo, misoginia, homofobia ou conteúdos antidemocráticos.

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“As redes sociais não são terras sem lei. No Brasil, só continuarão a operar se respeitarem a legislação brasileira, independentemente de bravatas de dirigentes irresponsáveis das big techs”, declarou o ministro nesta quarta-feira (8).

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As afirmações foram feitas durante uma roda de conversa no STF sobre a importância da democracia. Moraes, relator de inquéritos que investigam fake news, milícias digitais e tentativa de golpe de Estado, destacou o papel das redes sociais na ampliação de atos violentos e na corrosão da democracia.

Zuckerberg e Musk sob escrutínio

O anúncio de Zuckerberg, que incluiu a promessa de abolir a checagem de conteúdo e flexibilizar a moderação, gerou repercussão global. O empresário também sinalizou apoio ao ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmando que trabalharia para pressionar governos que buscam censurar plataformas digitais.

“Países latino-americanos têm tribunais secretos que podem ordenar que empresas retirem coisas discretamente”, afirmou Zuckerberg, em uma declaração que foi amplamente interpretada como uma crítica a países como o Brasil.

No ano passado, a rede social X, de Elon Musk, foi multada em R$ 28,6 milhões e ficou fora do ar no Brasil por dois meses, após descumprir ordens judiciais relacionadas ao bloqueio de contas. Musk, assim como Zuckerberg, tem adotado uma abordagem mais permissiva em relação à moderação de conteúdos, alinhando-se a políticos de extrema direita, como Trump.

Extremismo digital e o 8 de janeiro

Para Moraes, o papel das redes sociais foi central nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, quando a Praça dos Três Poderes foi invadida em Brasília. “Tudo isso surgiu a partir do momento que extremistas de direita se apoderaram das redes sociais para corroer a democracia por dentro”, afirmou o ministro.

O ministro Gilmar Mendes, também presente no evento, reforçou a necessidade de um “constitucionalismo digital”, que equilibre liberdade de expressão e responsabilidade social. Segundo Mendes, a regulação do ambiente virtual é um passo essencial para proteger os direitos fundamentais e prevenir abusos. “Essa trajetória normativa jamais poderá ser confundida com censura. Não é censura”, disse.

Debate sobre a regulação digital

As declarações de Moraes e Mendes ocorrem em meio a um intenso debate global sobre a regulação das plataformas digitais. A flexibilização proposta por Zuckerberg, aliada à postura permissiva de Musk, intensificou preocupações sobre a disseminação de discursos de ódio e fake news.

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