Três cidades cearenses foram reconhecidas pelo Ministério da Saúde com o Selo Prata de Boas Práticas Rumo à Eliminação da Transmissão Vertical de hepatite B e sífilis. Sobral foi certificada pela hepatite B, juntamente com 20 outras cidades brasileiras, enquanto Itapipoca e Iguatu receberam o selo pela sífilis, ao lado de apenas quatro outros municípios do país. Iguatu e Sobral também conquistaram a Certificação da Eliminação da Transmissão Vertical (TV) do HIV, com Sobral sendo recertificada nesta categoria.
A cerimônia de entrega ocorreu em 30 de novembro, em Brasília, destacando o compromisso dessas localidades em prevenir a transmissão de doenças infecciosas de mães para seus filhos, seja durante a gestação ou no período de amamentação.
A importância da prevenção
A transmissão vertical acontece quando a criança é infectada ainda no útero ou por meio da amamentação. Para evitar esse tipo de contágio, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece uma série de recursos essenciais para as gestantes, como testes rápidos e laboratoriais, preservativos, antibióticos, antirretrovirais e fórmulas lácteas para substituição do leite materno.
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A Coordenadoria de Vigilância Epidemiológica e Prevenção em Saúde (Covep) desempenha um papel crucial nesse processo, organizando cursos e oficinas em todas as Regiões de Saúde do Ceará para capacitar equipes e melhorar o atendimento.
Segundo Vilani Matos, articuladora do Grupo de Trabalho sobre Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs), HIV/aids e hepatites virais, os selos refletem o avanço na qualidade da assistência. “Com essas certificações, observamos que é possível melhorar a qualidade da assistência e vigilância destes agravos”, afirmou.
Expansão para 2025
Vilani também destacou que o objetivo para o próximo ano é expandir o modelo de sucesso dessas cidades para outros municípios cearenses. “A proposta para 2025 é usar o projeto implementado nestes municípios a partir da certificação e ampliar as ações para outras cidades cearenses, garantindo assim o fortalecimento da gestão, das ações de prevenção, diagnóstico e assistência e tratamento, além da qualificação da vigilância epidemiológica e dos sistemas de informação e monitoramento”, explicou.
Sobre o Selo
A certificação segue critérios rigorosos estabelecidos pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), exigindo que as cidades candidatas tenham pelo menos 100 mil habitantes e cumpram metas de eliminação baseadas em indicadores de impacto e processo.
O Selo de Boas Práticas é conferido em três categorias – bronze, prata e ouro – às localidades que se destacam no combate à transmissão vertical. Atualmente, no Ceará, oito municípios têm o perfil populacional necessário para participar do programa.
Essa iniciativa do Ministério da Saúde busca fortalecer o Sistema Único de Saúde (SUS), promovendo melhorias contínuas na prevenção, diagnóstico, assistência e tratamento das gestantes, de seus parceiros sexuais e das crianças, além de qualificar a vigilância epidemiológica.
Reconhecimento e inspiração
Itapipoca, Iguatu e Sobral se consolidam como referências na saúde pública, mostrando que estratégias bem implementadas podem fazer a diferença na vida de milhares de pessoas. As certificações não apenas reconhecem o trabalho dessas cidades, mas também servem como incentivo para que outras localidades sigam o mesmo caminho rumo à eliminação de doenças transmissíveis de mãe para filho.