PF conclui que Bolsonaro teve atuação direta em plano para golpe de Estado em 2022

Relatório da Polícia Federal detalha indiciamento de 37 pessoas por tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

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A Polícia Federal (PF) concluiu que o ex-presidente Jair Bolsonaro atuou de forma “direta e efetiva” na execução de um plano para tentar um golpe de Estado em 2022. A informação está no relatório que resultou no indiciamento de Bolsonaro e outras 36 pessoas por crimes contra o Estado Democrático de Direito. O sigilo do documento foi levantado nesta terça-feira (26) pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), relator do chamado inquérito do golpe.

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Segundo a PF, Bolsonaro tinha pleno conhecimento sobre as ações planejadas para atacar a democracia brasileira. “Os elementos de prova obtidos ao longo da investigação demonstram de forma inequívoca que o então presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva dos atos executórios realizados pela organização criminosa”, destaca o relatório. A corporação ressalta que o golpe não se concretizou devido a fatores externos à vontade dos envolvidos.

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Planos de violência e fuga ao exterior

O documento revela detalhes sobre o chamado “Punhal Verde e Amarelo”, um plano que incluía o sequestro ou homicídio de figuras-chave como o ministro Alexandre de Moraes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o vice-presidente Geraldo Alckmin. As investigações apontam que Bolsonaro era informado diretamente ou por meio de Mauro Cid, um de seus auxiliares próximos. Registros de entrada no Palácio da Alvorada, mensagens e análises de torres de celular reforçam o vínculo do ex-presidente com os atos planejados, que operavam sob o codinome “Copa 2022”.

Ainda de acordo com a PF, Bolsonaro deixou o Brasil no final de 2022 com o objetivo de evitar uma possível prisão e acompanhar à distância os desdobramentos dos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. O ex-presidente embarcou para os Estados Unidos nos últimos dias de seu mandato e retornou ao Brasil apenas em março de 2023.

Forças Armadas rejeitaram adesão

Apesar dos esforços, o golpe de Estado não foi adiante devido à resistência das Forças Armadas. A PF destacou que os comandantes da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Baptista Junior, e do Exército, general Freire Gomes, juntamente com a maioria do alto comando militar, mantiveram o compromisso com o Estado Democrático de Direito, negando suporte armado para a concretização do golpe.

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