Polícia Federal conclui inquérito sobre tentativa de impedir posse de Lula e Alckmin e indicia Bolsonaro e outros envolvidos

Relatório final, enviado ao STF, acusa 37 pessoas de participação em organização criminosa estruturada para desestabilizar a transição de governo em 2022.

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A Polícia Federal (PF) encerrou nesta quinta-feira (21) o inquérito que investigava a formação de uma organização criminosa com o objetivo de impedir que o então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva e seu vice, Geraldo Alckmin, assumissem o governo em 2022, após a vitória nas eleições presidenciais sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro.

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Em comunicado oficial, a PF confirmou o envio do relatório final ao Supremo Tribunal Federal (STF). Entre os indiciados estão o ex-presidente Jair Bolsonaro, o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos, o ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) Alexandre Ramagem, o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno. Outros nomes de destaque incluem o tenente-coronel Mauro Cid, o presidente do Partido Liberal (PL) Valdemar Costa Neto e o ex-ministro da Casa Civil e da Defesa Walter Braga Netto.

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Além desses, outras 29 pessoas foram formalmente acusadas pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado e participação em organização criminosa. Entre os indiciados estão figuras públicas e apoiadores próximos de Bolsonaro, como Ailton Gonçalves Moraes Barros, Fernando Cerimedo, Filipe Garcia Martins e Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho.

As investigações da PF revelaram que as provas foram obtidas através de diversos procedimentos, incluindo quebras de sigilos telemático, telefônico, bancário e fiscal, além de operações de busca e apreensão e colaboração premiada. Todas essas medidas foram autorizadas judicialmente e realizadas ao longo de quase dois anos de apurações.

O inquérito detalhou a existência de uma complexa estrutura criminosa com divisão de tarefas, que visava a coordenação das ações para desestabilizar o governo eleito. Segundo o relatório, a organização era composta por seis núcleos distintos, com funções específicas: Desinformação e Ataques ao Sistema Eleitoral, Incitação de Militares para Apoio ao Golpe, Jurídico, Operacional de Apoio, Inteligência Paralela e Cumprimento de Medidas Coercitivas.

A PF destacou que cada núcleo atuava com o objetivo de reforçar ações golpistas e minar a transição de governo. “Com a entrega do relatório, a Polícia Federal encerra as investigações referentes às tentativas de golpe de Estado e abolição violenta do Estado Democrático de Direito”, afirmou o comunicado oficial.

O envio do relatório ao STF representa um marco no processo de responsabilização das tentativas de abalar a democracia e a sucessão de poder no Brasil. As acusações agora aguardam o parecer do Supremo, que decidirá sobre as próximas etapas judiciais para os indiciados.

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