Eleições 2024: Em Goiás, base eleitoral de Caiado briga pelas maiores cidades

Dos 246 municípios goianos, 179 elegeram prefeitos de partidos da base aliada do atual governador. Disputa agora é por Goiânia e Aparecida de Goiânia

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Nada está tão bom que não possa melhorar. Na corrida eleitoral para prefeitos das cidades goianas, é esse o pensamento. O Governador Ronaldo Caiado (União Brasil) conseguiu emplacar 179 prefeitos de partidos da sua base aliada, entre as 246 cidades do estado. 

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A disputa agora é voto a voto em duas importantes cidades de Goiás: Goiânia e Aparecida de Goiânia — cidades-irmãs que juntas somam dois milhões de habitantes. 

O resultado no primeiro turno foi o seguinte:

Goiânia — primeiro turno:

  • Fred Rodrigues (PL) — 31,14%
  • Sandro Mabel (União Brasil) — 27,66%

Aparecida de Goiânia —  primeiro turno:

  • Leandro Vilela (MDB) — 48,02%
  • Professor Alcides (PL) — 43,04%

Para o cientista político Eduardo Grin, mesmo sendo um governador com força política e muito bem avaliado nacionalmente, ainda há lacunas que ficaram para serem resolvidas em segundo turno.

“Nos maiores colégios eleitorais, nas maiores cidades de Goiás, ele não foi bem, ou seja, há algumas questões que ele precisa levar em consideração, sobretudo no eleitorado mais escolarizado, que tem mais informação, que é mais crítico. O que mostra que, mesmo ele sendo bem avaliado, ele ainda tem ressalvas junto à parcela da população.” 

União Brasil tem ⅓ das prefeituras do estado

A influência de Caiado é notada nos números. No primeiro turno o partido dele — União Brasil — conseguiu eleger prefeitos em 93 cidades de Goiás, o que representa 2,1 milhões de habitantes, 28% da população do estado. Mas ele quer mais. A busca agora é pelo maior colégio eleitoral do estado, na dobradinha Aparecida de Goiânia-Goiânia. 

Se conquistar as duas prefeituras, o número de cidadãos governados por partidos da base de Caiado sobe para mais de 4 milhões. Mas não será uma disputa fácil. Os candidatos apoiados por Caiado disputam cargos com um dos nomes mais fortes da também direita: o de Bolsonaro. 

Após o resultado do primeiro turno nas urnas, Caiado declarou seu apoio a Mabel. “Ele é preparado, vai colocar Goiânia de volta no rumo certo e terá meu apoio incondicional na administração de Goiânia.” 

Para que Mabel conquiste a prefeitura de Goiânia, acredita o cientista político, terão que ser construídas alianças com a oposição.

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“Para que o Sandro Mabel tenha apoio, Caiado vai precisar ter minimamente uma negociação com o PT no sentido de dizer: vamos fazer uma frente anti-Bolsonarista, anti-PL. E é um jogo difícil esse, pois estamos falando dos votos do PT que vão ser decisivos para eleger um ou outro candidato.”

Aliança que, pelas redes sociais, Caiado negou veementemente estar buscando.

“Vocês me conhecem, primeiro não sou recém-convertido à direita, nunca votei no Lula, ao contrário do nosso adversário. Vou sim, mostrar aos eleitores de Goiânia quem tem capacidade para administrar. Minha preocupação hoje é com o futuro da nossa cidade, que não pode ficar mais quatro anos à mercê de uma gestão amadora e irresponsável”, declarou Caiado. 

Demissões após derrota

Com uma derrota massacrante, o atual prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Solidariedade), teve forte rejeição e conquistou apenas 21.616 votos —  3,14% do total — ficando em penúltimo lugar.

Dois dias após a derrota nas urnas, Cruz assinou dois decretos publicados no Diário Oficial exonerando 1.962 servidores da prefeitura de Goiânia. Funcionários em cargos comissionados ou que ocupavam cargos de confiança em pelo menos 13 secretarias, além da procuradoria-geral do município, instituto de previdência dos servidores, programa de defesa do consumidor e até mesmo do gabinete do prefeito.

Segundo a assessoria de Cruz, a demissão foi um “ajuste na máquina pública para cumprir as metas fiscais e não prejudicar a saúde financeira da prefeitura nos últimos meses da atual gestão.”

Na publicação de Caiado nas redes sociais, ele fez fortes críticas ao atual prefeito. 

“O que temos que ter em mente é que, passada a eleição, quem vai ficar aqui e assumir os problemas é o prefeito eleito. E Goiânia não suporta mais quatro anos com um novo Rogério Cruz no comando da cidade, um candidato que fala muito mas que nunca sequer trabalhou na vida”, disparou Caiado. 

Distribuição entre os partidos

MDB:  40 prefeituras (27 no Sudoeste de Goiás)
PP: 24 prefeituras (entre elas, Piracanjuba, Abadia de Goiás e Abadiânia)
Podemos: 14 prefeituras (entre elas, Aragoiânia e Bela Vista de Goiás)
Avante: 1 prefeitura — Iporá
PRD: 4 prefeituras 
Republicanos: 2 prefeituras 

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