A esperança de vida do brasileiro ao nascer, também conhecida como expectativa de vida, passou a ser de 76,4 anos, segundo estimativas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Os dados, divulgados nesta quinta-feira (22), fazem parte das novas projeções populacionais do instituto.
As expectativas de vida para quem nasceu em 2023 indicam uma longevidade de 79,7 anos para as mulheres e de 73,1 anos para os homens. O IBGE também revisou os dados referentes a anos anteriores, revelando que, em 2019, um ano antes da pandemia de covid-19, a expectativa de vida era de 76,2 anos.
A pandemia de covid-19 teve um impacto significativo na longevidade dos brasileiros. Em 2020, a expectativa de vida recuou para 74,8 anos e caiu ainda mais em 2021, para 72,8 anos, representando uma perda de 3,4 anos em relação a 2019. No entanto, em 2022, observou-se a primeira recuperação, com a expectativa subindo para 75,4 anos, ainda abaixo do nível pré-pandemia.
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Em 2023, a expectativa de vida finalmente superou a estimativa de 2019. As projeções do IBGE indicam que, nas próximas décadas, a tendência de aumento continuará, com a expectativa de vida chegando a 77,8 anos em 2030, 79,7 anos em 2040, 81,3 anos em 2050, 82,7 anos em 2060 e 83,9 anos em 2070.
Para as mulheres, as previsões são de 81 anos em 2030, aumentando gradativamente até 86,1 anos em 2070. Para os homens, as estimativas mostram uma expectativa de vida de 74,6 anos em 2030, alcançando 81,7 anos em 2070.
“A gente teve esse choque externo de mortalidade, que foi a pandemia. Observamos o efeito disso em 2021 e 2022 e, após esse período, já estamos observando um retorno à tendência histórica. Projetamos que a esperança de vida ao nascer vá aumentando ao longo do tempo, diminuindo o diferencial entre homens e mulheres, principalmente relacionado à redução de óbitos por causas externas”, explicou a pesquisadora do IBGE, Cíntia Agostinho.
Esse aumento na expectativa de vida, aliado à queda na taxa de fecundidade, está levando a um rápido envelhecimento da população brasileira. Segundo o IBGE, a proporção de idosos (com 60 anos ou mais) no país saltou de 8,7% em 2000 para 15,6% em 2023. Em 2070, projeta-se que 37,8% dos habitantes do Brasil sejam idosos, mais do que o dobro da proporção atual.
Além disso, a idade média da população brasileira, que era de 28,3 anos em 2000, subiu para 35,5 anos em 2023 e deve atingir 48,4 anos em 2070. A taxa de mortalidade infantil, que era de 28,1 por mil nascidos vivos em 2000, reduziu-se para 12,4 por mil em 2022, com expectativas de continuar em queda, atingindo 5,8 por mil em 2070.
Essas projeções refletem mudanças significativas no perfil demográfico do país, indicando desafios futuros, especialmente em relação à saúde pública e à sustentabilidade da previdência social.
