Os brasileiros terão um alívio na conta de energia elétrica no mês de agosto. Isso porque, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), as condições favoráveis à geração de energia elétrica no Brasil permitiram o retorno à bandeira verde no mês de agosto – ou seja, sem taxa.
As contas de julho tiveram acréscimo de R$ 1,88, da bandeira amarela, a cada 100 kW/h consumidos. A taxa foi adotada por conta da previsão de baixo nível de chuvas para o país. Segundo a Aneel, a bandeira permaneceu verde por 26 meses – de abril de 2022 a junho de 2024.
O professor de engenharia elétrica da Universidade de Brasília (UnB), Ivan Camargo, avalia que a adoção da bandeira verde para agosto revela que o sistema elétrico do país está numa situação confortável. Apesar do cenário positivo tanto para o sistema de eletricidade quanto para os consumidores, o especialista pontua que mesmo assim é necessário adotar hábitos de consumo consciente de energia, sem desperdícios.
“Essa situação não pode fazer com que a gente desperdice energia. A gente precisa ter o hábito de um consumo responsável de energia, tanto a energia elétrica quanto outras formas de energia. Estamos no inverno, então reduzir o uso do ar condicionado interfere bastante na conta, na nossa conta de energia, o equipamento ele consome muita potência e durante muito tempo, portanto o consumo de energia é bastante expressivo para o consumidor residencial brasileiro”, pontua Camargo.
Confira outras dicas para economizar energia elétrica:
- Em caso de chuveiro elétrico, tome banhos curtos;
- Não deixe a luz acesa em ambientes onde ninguém esteja usando;
- Não deixe a televisão ligada se ninguém estiver assistindo.
Ivan Camargo ressalta, ainda, que os hábitos devem ser empregados em qualquer período do ano, seja com aplicação das bandeiras tarifárias ou não.
“Esses hábitos são bons sempre, quando a tarifa é verde, amarela, vermelha, é um objeto que temos que ter de consumo responsável da energia. Inclusive para caminharmos na direção de uma transição energética razoável nesses próximos anos. Tem que lembrar sempre que foi esse aumento exponencial do consumo de energia no mundo nesses últimos 100 anos que aumentou a emissão de CO2 e que põe em risco a temperatura do planeta”, alerta o especialista.
Sistema de bandeiras
O Sistema de bandeiras tarifárias foi criado pela Aneel em 2015 e indica aos consumidores os custos da geração de energia no Brasil. O cálculo considera especialmente o preço da energia e o risco hidrológico.
Em nota, a Aneel informa que com a adoção das bandeiras tarifárias, o consumidor tem participação ativa na definição da conta de energia. “Ao saber, por exemplo, que a bandeira está vermelha, o consumidor pode adaptar seu consumo para ajudar a reduzir o valor da conta. Pela regra anterior, que previa o repasse somente nos reajustes tarifários anuais, o consumidor não tinha a informação de que a energia estava cara naquele momento e, portanto, não tinha um sinal para reagir a um preço mais alto”, diz um trecho da nota.
As bandeiras nas cores verde, amarela ou vermelha (nos patamares 1 e 2) indicam se a energia vai custar mais ou menos, em virtude das condições de geração de energia. A vermelha tem um custo maior.