Algumas falas do Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, repercutiram mal no mercado e o dólar renovou sua alta, alcançando o seu maior valor desde janeiro de 2023, no início do governo. Algumas críticas foram endereçadas à gestão do economista Roberto Campos Neto, que está à frente do Banco Central (Bacen), atualmente.
À véspera da definição da nova Selic, Lula questionou a independência do Banco, uma vez que Campos Neto compareceu em evento promovido pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas – conhecido pela oposição ao atual governo federal. Ele alega que as altas taxas de juros do Brasil estrangulam a economia e que “operar nestes níveis é jogar contra o país, favorecendo apenas os rentistas”.
Se no dia anterior houve a promessa de revisar os gastos, ontem (18) afirmou-se, com certeza, a necessidade de gastar para promover o crescimento da economia, sob o ponto de vista do partido. Ou seja, o mercado se preocupa tanto com a independência do Bacen, quanto com a capacidade de cumprimento fiscal do governo. A semana já seria marcada pela tensão em torno da nova taxa de juros brasileira, a ser definida nesta quarta-feira (19). Porém, as falas da Presidência da República endossaram o nervosismo. Acerca da Selic, o mercado espera a manutenção do valor de 10,50% ao ano.
O dólar comercial está cotado em seu maior valor desde janeiro de 2023, no início do governo, a R$ 5,44. Entre os países emergentes, o real é a moeda que mais se deteriorou à frente do dólar – atrás apenas do peso argentino. O euro segue valorizado, a R$ 5,84.
As cotações são da companhia Morningstar.