O câmbio do real em relação ao dólar e ao euro não sustentou a baixa e está novamente em alta no início desta semana. Na semana passada, uma mudança no tom das falas do Presidente da República, sinalizando responsabilidade com as contas públicas, pôde arrefecer a desvalorização da moeda. Porém, o otimismo durou pouco.
Os fatores internos que mais desfavorecem o real estão relacionados à responsabilidade fiscal do governo e à capacidade de cumprimento da meta de déficit zero estabelecida. O não cumprimento da meta do arcabouço fiscal coloca em xeque a performance da economia. Existem disputas entre os Poderes Executivo e Legislativo e o governo federal tem sofrido derrotas constantes em matérias que poderiam elevar a sua arrecadação. Há uma piora da sensação de risco e o governo se vê obrigado a estimular cortes de gastos. Os ministros Fernando Haddad, da Fazenda, e Simone Tebet, do Planejamento e Orçamento, já sinalizaram nesse sentido.
Em reunião na última sexta-feira (14) com agentes do mercado financeiro, em São Paulo, Fernando Haddad reforçou seu compromisso com a questão fiscal no Brasil.
No dia, houve também a divulgação do índice BC-Br, pelo Banco Central, que é considerado uma prévia do desempenho da economia. O indicador mostrou um mês de abril estagnado, com crescimento de 0,01%, abaixo das expectativas.
Já no exterior, há uma forte influência da alta dos juros americanos sobre todos os países emergentes – não apenas o Brasil. Com a perspectiva de juros considerados altos para o país, há saída de dólar do mercado brasileiro, elevando a cotação.
Hoje, o dólar comercial inicia a semana a R$ 5,38 – 0,45% mais alto em comparação à última semana. O euro segue o ritmo, a R$ 5,76.
As cotações são da companhia Morningstar.