Na passagem de março para abril de 2024, o faturamento real da indústria de transformação cresceu 1,5%, aponta levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI). De acordo com o balanço, na comparação com abril de 2023, a alta foi de 12,2%. Para a edição de abril, foram consultadas 980 empresas entre 2 e 27 de maio.
A economista da CNI, Larissa Nocko, aponta que a indústria também mostrou um resultado positivo no Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre deste ano.
“Isso se dá muito em função de um mercado de trabalho aquecido, de um ambiente de crédito mais favorável, uma inflação contida. Isso tudo favorece a demanda, essa capacidade de absorção interna, de demanda por parte dos consumidores. Então o consumo tem mostrado comportamento forte”, pontua.
O levantamento indica que o número de horas trabalhadas na indústria de transformação aumentou 2,4% de março para abril de 2024, na série ajustada sazonalmente. Em comparação com abril de 2023, houve um crescimento de 8,2%
O indicador de emprego mostrou uma leve variação de 0,3%, indicando estabilidade em abril. Comparado a abril do ano passado, esse índice teve um aumento de 1,4%.
Massa salarial e rendimento médio
A massa salarial diminuiu 2,8% e o rendimento médio dos trabalhadores recuou 2,5% de março para abril de 2024, na série ajustada sazonalmente. No entanto, ambos continuam em alta em relação a 2023.
A economista da CNI explica que o recuo em abril já era esperado, devido ao fechamento de uma fábrica no estado de São Paulo.
“Por conta do pagamento das verbas rescisórias do mês, acabou elevando esse dado de março. Agora, em abril, esse número não se reproduziu e mostrou uma queda. Mesmo diante dessa queda verificada no rendimento médio e na massa salarial, esses indicadores retornam ao patamar que estavam anterior a esse pico e retornam para uma trajetória crescente”, completa.
Rio Grande do Sul
É importante destacar que esta edição dos Indicadores Industriais não considera o impacto das enchentes no Rio Grande do Sul. Esse impacto deverá ser observado principalmente no próximo levantamento, que apresentará os dados referentes a maio.
Expectativas
Para o economista Cesar Bergo, as perspectivas para a indústria não são positivas, pois o número desse levantamento não reflete acontecimentos de maio, como a alteração da política de taxa de juros, pelo Banco Central, que reduziu os juros da Selic.
“A perspectiva é que não haja mais redução. E a taxa de juros está em um patamar realmente bastante elevado para a indústria. Também há um cenário econômico global que apresenta algumas condições que podem impactar a demanda pelos produtos industriais”, aponta.
Bergo também afirma que nas políticas internas há alguns desencontros em relação às questões da reforma tributária, o que também compromete as perspectivas da indústria para os próximos meses.
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