No Brasil, mais de 2,3 milhões de crianças com até 3 anos de idade estão fora das creches devido a dificuldades de acesso aos serviços, revelam dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados pelo Todos pela Educação (TPE). Essa realidade reflete uma série de obstáculos enfrentados pelas famílias, como a localização distante das escolas ou a simples falta de vagas.
Embora a Constituição Federal assegure o direito à educação infantil, a oferta de creches ainda é um desafio no país. Segundo o Plano Nacional de Educação, até 2024, o Brasil deveria atender pelo menos metade das crianças de até 3 anos em creches, porém os dados recentes indicam que essa meta provavelmente não será alcançada.
A dificuldade de acesso às creches é ainda mais acentuada entre as famílias de baixa renda, que enfrentam quatro vezes mais obstáculos do que as famílias mais ricas. Isso evidencia uma disparidade socioeconômica significativa no acesso à educação infantil no país.
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De acordo com Gabriel Corrêa, diretor de Políticas Públicas do TPE, a situação é alarmante: “Mais de 2 milhões de crianças estão fora das creches no Brasil devido à falta de infraestrutura, falta de vagas ou restrições de idade impostas pelas instituições. São famílias que desejam acesso a esse serviço, porém, esbarram em barreiras sistêmicas.”
A limitação de idade é apontada como o principal motivo para a não matrícula das crianças, seguido pela escassez de vagas e pela localização distante das creches. Esse cenário reflete a necessidade urgente de ampliação da oferta de creches, não apenas em termos de infraestrutura, mas também de profissionais qualificados para lidar com essa faixa etária.
Embora as creches sejam de responsabilidade primordial dos municípios, é fundamental que haja uma colaboração efetiva entre os diferentes níveis de governo para garantir o acesso universal à educação infantil. Medidas recentes do governo federal, como o Pacto Nacional pela Retomada de Obras da Educação Básica e o investimento na construção de novas creches, representam passos importantes nesse sentido.
No entanto, é essencial que tais iniciativas sejam acompanhadas de políticas que abordem as demandas específicas de cada comunidade e que priorizem a qualidade do serviço oferecido, assegurando que todas as crianças tenham acesso a uma educação infantil inclusiva e de qualidade.