De acordo com os dados revelados pelo Ministério da Educação (MEC) e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) no Censo Escolar 2023, os estados nordestinos despontam com os maiores percentuais de alunos matriculados em tempo integral na rede pública do ensino fundamental. O Ceará lidera com 51,4%, seguido pelo Piauí, com 48,9%, e o Maranhão, com 40,3%. Esses números evidenciam um expressivo esforço regional em promover o acesso à educação em jornada ampliada.
Nove estados apresentaram percentuais acima da média nacional, que é de 17,5%, destacando-se o Tocantins, com 35,7%, e São Paulo, com 21,9%, os únicos fora do Nordeste. Alagoas, Paraíba, Sergipe e Bahia também contribuíram para elevar essa média, demonstrando um panorama nacional de avanço na implementação do tempo integral nas escolas.
Por outro lado, os dados revelaram disparidades preocupantes, com os piores índices concentrados em Rondônia, Amapá, Roraima e Santa Catarina, indicando a necessidade de maior atenção e investimento nessas regiões.
O ministro da Educação, Camilo Santana, elogiou o desempenho do Nordeste, associando-o às políticas públicas, como o Programa Escola em Tempo Integral, que visa ampliar as vagas nesse modelo de ensino. Sancionado em 2023, o programa já demonstra resultados significativos, impulsionando o aumento das matrículas em tempo integral em todo o país.
O Censo Escolar também destacou a evolução da proporção de alunos em tempo integral no ensino fundamental ao longo dos anos, evidenciando um crescimento consistente e rápido em resposta às políticas em curso. O aumento de 13,6% para 16,5% nas matrículas em tempo integral nos anos iniciais e finais em 2023 reflete o compromisso em ampliar a permanência dos estudantes na escola.
Além disso, o levantamento aponta para a importância do ensino fundamental na educação básica, com a maioria das matrículas concentradas nessa etapa. A distribuição de responsabilidades entre estados e municípios na oferta do ensino demonstra um equilíbrio mais acentuado nos anos finais, ressaltando a relevância da atuação conjunta para garantir o acesso à educação de qualidade.
No ensino médio, apesar de uma leve queda nas matrículas em 2023, atribuída ao contexto da pandemia, o cenário continua a demonstrar desafios e oportunidades para aprimorar o acesso e a qualidade do ensino nessa etapa fundamental da formação educacional.
Em suma, os dados do Censo Escolar 2023 oferecem uma visão abrangente e detalhada da realidade educacional brasileira, destacando tanto os avanços conquistados quanto os desafios a serem enfrentados para garantir uma educação inclusiva e de excelência para todos os estudantes do país.
