No Dia Mundial de Combate ao Câncer, celebrado em 4 de fevereiro, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) faz um alerta crucial sobre a necessidade do diagnóstico precoce como peça fundamental no enfrentamento da doença. Um levantamento realizado pela entidade revela que 31% dos mais de 760 oncologistas clínicos consultados em um censo destacam o diagnóstico tardio como um dos principais desafios para o controle do câncer no Brasil.
Entre as preocupações apontadas pelos profissionais, 19% destacam falhas no acesso e na qualidade dos exames de detecção, enquanto 5% ressaltam a falta de campanhas eficientes de conscientização e prevenção, somada à baixa adesão da população aos programas existentes. O maior problema identificado na pesquisa do ano passado foi a dificuldade de acesso a novos tratamentos.
A presidente da SBOC, Anelisa Coutinho, destaca que a entidade tem buscado parcerias para ampliar ações voltadas ao acesso a novas terapias. Além disso, a SBOC anuncia um treinamento virtual sobre oncologia clínica direcionado aos agentes comunitários de saúde, visando fortalecer o tratamento do câncer no Sistema Único de Saúde (SUS).
Após o Dia Mundial do Câncer, em 5 de fevereiro, é o Dia Mundial da Mamografia, enfatizando a importância da prevenção do câncer de mama, o subtipo mais comum entre as mulheres. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima cerca de 700 mil novos casos de câncer por ano no Brasil entre 2023 e 2025.
Apesar disso, uma pesquisa revela que a disseminação da prevenção ao câncer de mama é baixa no Brasil. Apenas dois terços das entrevistadas realizam exames quando estimuladas pelos médicos. A pesquisa também aponta que 42% das mulheres nunca realizaram a mamografia, com justificativas como considerar-se jovem demais ou falta de pedido médico.
Diante desse cenário, entidades médicas aproveitam essas datas para reforçar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. A recomendação do Ministério da Saúde é que a mamografia de rastreamento seja realizada por mulheres entre 50 e 69 anos a cada dois anos, como forma de identificar o câncer antes do surgimento de sintomas.
A diretora de oncologia do laboratório responsável pela pesquisa destaca a necessidade de diálogo aberto e claro sobre a importância da conscientização. “Diagnosticar a doença nos estágios iniciais pode culminar em tratamentos mais eficazes, oferecendo opções mais vantajosas para as pacientes”, ressalta Flávia Andreghetto.