No litoral paulista, o caso de estupro coletivo envolvendo 11 policiais militares em agosto de 2023, no Guarujá, ganha novos contornos com a revelação do advogado que representa a vítima. O profissional, Allan Kardec Iglesias, afirma que sua cliente foi alvo de uma proposta de R$ 30 mil em troca de seu silêncio em relação ao crime.
Segundo Iglesias, a proposta incluía a alteração da versão registrada em boletim de ocorrência, eximindo os policiais da culpa pelo crime. A vítima, por sua vez, denuncia que outro policial tentou persuadi-la a desistir de denunciar a violência sofrida.
A Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo não ficou indiferente ao caso e pediu o afastamento imediato dos policiais militares acusados, instando a Corregedoria a tomar medidas cabíveis. O órgão ressaltou ter conhecimento do ocorrido pela imprensa e oficiou a Polícia Judiciária em busca de mais detalhes, incluindo laudos periciais.
Allan Kardec Iglesias revelou que a vítima, após a agressão, engravidou e, ao descobrir a gestação em dezembro, optou por realizar um aborto. O hospital, no entanto, exigiu o boletim de ocorrência como requisito. O advogado esclareceu que, conforme as normas brasileiras, o documento não deveria ser necessário, e a vítima buscou outro hospital indicado pela unidade anterior.
Diante da gravidade da denúncia, a Secretaria da Segurança Pública informou que a Polícia Civil investiga o caso. A Polícia Militar, reconhecendo a seriedade da situação, instaurou uma sindicância para apurar a participação de agentes da corporação no crime denunciado.