Um espetáculo cósmico foi revelado nesta segunda-feira (29), quando uma equipe de cientistas do projeto Física em Alta Resolução Angular em Galáxias Próximas (Phangs) compartilhou um pacote de imagens capturadas pelo Telescópio Espacial James Webb (JWST). Essas imagens oferecem uma visão sem precedentes de 19 galáxias espirais relativamente próximas da nossa própria Via Láctea, proporcionando insights cruciais sobre a formação estelar e a evolução galáctica.
A mais próxima dessas galáxias, a NGC5068, está a aproximadamente 15 milhões de anos-luz da Terra, enquanto a mais distante, a NGC1365, se encontra a impressionantes 60 milhões de anos-luz de distância. Essa viagem cósmica é possível graças ao Telescópio Espacial James Webb, lançado em 2021, que começou a coletar dados em 2022, revolucionando nossa compreensão dos primórdios do universo com suas observações predominantemente em infravermelho.
Diferentemente de seu antecessor, o Telescópio Espacial Hubble, lançado em 1990, o JWST examina o universo principalmente em comprimentos de onda infravermelhos, proporcionando uma visão única e detalhada. As novas imagens, capturadas pela Câmera Quase-Infravermelha (NIRCam) e pelo Instrumento de Infravermelhos Médios (Miri) do Webb, revelam aproximadamente 100 mil bolsões de estrelas e milhões, ou possivelmente bilhões, de estrelas individuais.
O astrônomo da Universidade de Oxford, Thomas Williams, líder no processamento de dados dessas imagens, destaca a importância desses dados para nossa compreensão da fase inicial da formação estelar. “Esses dados são vitais para entender como as estrelas começam sua vida nas galáxias”, afirma Williams, enfatizando a revelação de detalhes anteriormente ocultos nas nuvens de poeira e gás, locais de nascimento de estrelas e planetas.
As galáxias espirais, caracterizadas por seus braços semelhantes a cata-ventos, são comuns no universo, incluindo a nossa própria Via Láctea. Surpreendentemente, metade delas apresenta uma estrutura reta conhecida como barra, que se estende do centro galáctico aos braços espirais. Williams explica que os braços espirais atuam na varredura do gás transformador em estrelas, enquanto as barras canalizam esse gás em direção ao buraco negro central da galáxia.
Essas imagens, além de sua estética espantosa, narram a história do ciclo de formação e feedback estelar, revelando o poder e o impulso liberados por jovens estrelas no espaço entre elas. A astrônoma Janice Lee, principal investigadora dos novos dados no Instituto de Ciência do Telescópio Espacial em Baltimore, destaca a importância dessas descobertas para a compreensão do universo em um nível sem precedentes.