O acadêmico e diplomata Alberto Costa e Silva, figura proeminente no cenário intelectual brasileiro, faleceu na madrugada deste domingo, aos 92 anos, em sua residência, vítima de causas naturais. Segundo a Academia Brasileira de Letras (ABL), não haverá velório, e o corpo será cremado em cerimônia restrita à família, marcada para amanhã.
Especialista na cultura e história da África, Costa e Silva deixou sua marca como embaixador do Brasil na Nigéria e no Benin, sendo reconhecido como um dos mais importantes africanólogos do país. Com uma obra que abrange mais de 40 livros, entre poesia, ensaio, história, infantojuvenil, memória e antologia, sua contribuição foi fundamental para os estudos africanos no Brasil, conforme destacou a ABL em nota.
Eleito para a ABL em 2000, Costa e Silva presidiu a instituição no biênio 2002-2003, ocupando também outros cargos de destaque. Além de seu papel significativo na academia brasileira, foi sócio correspondente da Academia das Ciências de Lisboa e da Academia Portuguesa da História, com sua diplomação no Instituto Rio Branco em 1957.
Nascido em São Paulo, em 12 de maio de 1931, Costa e Silva teve sua formação primária e secundária em Fortaleza, mudando-se para o Rio de Janeiro em 1943. Seu discurso de posse na ABL ressaltou a diversidade de suas raízes e sua profunda conexão com a brasilidade.
Legado Africano e Reconhecimento Internacional
O interesse de Costa e Silva pela África foi despertado no início de sua carreira diplomática, culminando na primeira viagem ao continente em 1960, representando o Brasil nas cerimônias de independência da Nigéria. Recebeu inúmeras condecorações, tanto no Brasil quanto no exterior, por sua contribuição à compreensão e valorização da história africana.
Luto Nacional
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva manifestou seu pesar nas redes sociais, destacando o papel fundamental de Costa e Silva na aproximação entre Brasil e África. Membros da ABL, incluindo o presidente Merval Pereira, lamentaram profundamente a perda de um dos maiores intelectuais do país.
Alberto Costa e Silva deixa um legado significativo na cultura brasileira, com contribuições notáveis que alcançam a literatura, história e diplomacia. O Ministério das Relações Exteriores expressou seu pesar, reconhecendo a valiosa contribuição diplomática que o tornou um artífice da política externa brasileira para a África. O embaixador deixa sete netos, uma bisneta recém-nascida e três filhos, todos vinculados ao Itamaraty.
