No nordeste brasileiro, o rico bordado à mão, tradição mantida pelas hábeis rendeiras cearenses, conta muitas histórias e sustenta famílias há gerações. Para garantir a continuidade desse artesanato tradicional e proporcionar oportunidades de ascensão econômica às talentosas artesãs, a Universidade Estadual do Ceará (Uece) lançará, em 2024, o curso “Artesã em bordado à mão”.
A iniciativa, parte do programa federal Mulheres Mil, tem como objetivo qualificar gratuitamente 500 rendeiras em 12 municípios do Ceará. A Uece, conhecida por sua excelência no ensino superior, destaca-se agora na preservação da cultura local e no impulso à economia por meio da profissionalização dessas artesãs.
O reitor da Uece, professor Hidelbrando Soares, ressalta a tradição e experiência da instituição em cursos profissionalizantes, agora direcionando esse conhecimento para enaltecer a tradição cultural e econômica do rendado cearense. “Com o programa Mulheres Mil, voltaremos toda a nossa expertise para qualificar as artesãs rendeiras, promovendo assim o desenvolvimento social”, afirma.
As vagas para o curso serão distribuídas em 12 turmas, abrangendo municípios como Amontada, Aquiraz, Aracati, Beberibe, Cascavel, Fortim, Icapuí, Itapipoca, Itarema, Paracuru, Paraipaba e Trairi. Com carga horária de 160 horas/aulas, o curso terá um conteúdo direcionado à vocação de cada região, com especificidades como renda de bilro ou renda labirinto.
As inscrições serão divulgadas em breve, e a iniciativa conta com parcerias importantes, como a Assembleia Legislativa do Ceará, as prefeituras dos municípios contemplados e o Ceará Credi, programa de microcrédito do Governo do Ceará. Além disso, a Uece oferecerá estrutura e apoio psicopedagógico, contando com o suporte do Núcleo de Acolhimento Humanizado a Mulheres em Situação de Violência, do Núcleo de Apoio à Acessibilidade e Inclusão de Pessoas com Deficiência, e da Incubadora de Empresas.
Ao final do curso, as estudantes receberão certificados da Uece, coroando não apenas a aquisição de habilidades, mas também o fortalecimento da tradição e a promoção da autonomia econômica das rendeiras cearenses.