Nesta terça-feira (7), o Primeiro-Ministro de Portugal, António Costa, surpreendeu o país ao renunciar ao cargo em meio a uma investigação em andamento sobre supostas irregularidades relacionadas à gestão de projetos de mineração de lítio e hidrogênio. Costa, líder do Partido Socialista, que governava com maioria parlamentar, fez o anúncio em um pronunciamento televisivo após uma reunião com o presidente Marcelo Rebelo de Sousa. Durante o comunicado, Costa afirmou que sua consciência estava tranquila, mas declarou que não buscaria novamente o cargo de primeiro-ministro.
A reviravolta no cenário político português veio no mesmo dia em que os promotores nomearam o ministro das Infraestruturas, João Galamba, como suspeito formal e detiveram o chefe de gabinete de Costa. A oposição imediatamente exigiu a renúncia do governo, alegando que a situação comprometia a estabilidade do país.
António Costa destacou sua total disponibilidade para colaborar com as investigações, declarando que está disposto a fazer o necessário para esclarecer qualquer dúvida que paira sobre sua integridade e conduta. Ele ressaltou: “É meu entendimento que a dignidade das funções de primeiro-ministro não é compatível com qualquer suspeição sobre a sua integridade, a sua boa conduta e menos ainda com a suspeita prática de qualquer ato criminal. Por isso, nessa circunstância, obviamente, apresentei a minha renúncia à Sua Excelência, o senhor presidente da República.”