A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) divulgou hoje, em São Paulo, dados reveladores sobre o desempenho do mercado automobilístico brasileiro. No acumulado de janeiro a agosto deste ano, as vendas de automóveis apresentaram um crescimento notável de 9,22% em comparação com o mesmo período de 2022. Este aumento representa a venda de 1,063 milhão de carros, em contraste com os 973 mil emplacamentos registrados nos primeiros oito meses do ano passado.
No entanto, ao comparar os números de agosto de 2023 com agosto de 2022, observa-se uma retração de 1,1%, com a venda de 153,4 mil automóveis. O presidente da Fenabrave, Andreta Jr, explicou que essa queda foi influenciada pelo fim das medidas provisórias que ofereciam descontos na compra de veículos. Ele enfatizou a importância dessas ações governamentais para estimular o mercado, afirmando que “as medidas provisórias foram muito importantes para aquecer, momentaneamente, o mercado.”
Andreta também apontou para outro fator preocupante que está afetando o setor: a dificuldade na liberação de crédito. Ele destacou que “nas últimas semanas, houve uma deterioração acentuada na liberação de crédito, com um aumento de cerca de 20% nas recusas de fichas de financiamento por parte das instituições financeiras. O crédito está restrito e isso afeta muito o mercado.”
No que diz respeito às motocicletas, o mercado apresenta uma tendência positiva. No acumulado de janeiro a agosto, as vendas de motos registram um crescimento impressionante de 21,17%, com o emplacamento de 1,045 milhão de unidades. Em agosto, as motocicletas tiveram uma expansão nas vendas de 20,38%, com a comercialização de 142,7 mil motos. No entanto, também neste segmento, a liberação de empréstimos tem sido um desafio. Andreta Jr observou que “o consumidor tem buscado alternativas de crédito para a compra de motocicletas, especialmente as de até 250 cilindradas, e o consórcio surge como opção consolidada. Além disso, notamos uma boa participação nas vendas à vista.”
Por outro lado, o mercado de caminhões apresenta números menos otimistas, com uma queda de 16,66% no acumulado dos primeiros oito meses do ano, registrando a venda de 67,4 mil unidades. Em agosto, os emplacamentos de caminhões caíram 27% em relação ao mesmo mês de 2022, com a venda de nove mil unidades. No entanto, Andreta Jr destacou que “77% dos caminhões emplacados em agosto foram com a tecnologia Euro 6, regra que restringe a emissão de poluentes para veículos a diesel.” Ele acredita que o setor deverá ser beneficiado pelos programas de financiamento anunciados recentemente pelo governo federal.