O Ministério Público Federal (MPF) no Acre anunciou, nesta terça-feira (4), a abertura de um procedimento para investigar as declarações do pastor André Valadão durante um culto transmitido pelas redes sociais da Igreja Batista da Lagoinha, no domingo (2).
De acordo com o MPF, o procurador Lucas Costa Almeida Dias, responsável pela Procuradoria dos Direitos do Cidadão (PRDC), decidiu iniciar a investigação após tomar conhecimento de matérias jornalísticas que divulgaram o vídeo com as falas polêmicas.
A investigação tem como objetivo apurar a possível prática de homofobia por parte do pastor. No trecho questionado da pregação, Valadão menciona os “valores cristãos” e condena o casamento homoafetivo. O culto ocorreu no campus da igreja em Orlando, nos Estados Unidos.
Valadão declara: “Essa porta [casamento homoafetivo] foi aberta quando nós tratamos como normal aquilo que a bíblia já condena. Então, agora é hora de tomar as cordas de volta, dizendo não, não, não. Pode parar, reseta. E Deus fala: Não posso mais. Já meti esse arco-íris aí. Se eu pudesse, eu matava todo mundo a começava tudo de novo. Mas, prometi para mim mesmo que não posso, então, está com vocês. Vamos para cima. Eu e minha casa serviremos ao Senhor”.
Após a apuração dos fatos, o MPF tomará as medidas cabíveis, conforme afirmou o órgão.
Em resposta às críticas, André Valadão publicou um vídeo em suas redes sociais esclarecendo suas declarações. Ele afirmou que estava pregando a palavra de Deus em sua igreja e que suas falas estavam inseridas no contexto do texto bíblico do livro de Gênesis, que menciona a destruição da humanidade no dilúvio. Valadão explicou que ao usar a palavra “resetar”, referia-se a “levar a humanidade de volta para Deus”.
“Quando eu digo nós ressetarmos, eu não digo nós matarmos. Eu não digo nós aniquilarmos pessoas. O que eu digo é que cabe a nós levar o homem, o ser humano ao princípio que é a vontade de Deus. Cabe a nós, cristãos genuínos, erguermos nossa voz e deixarmos claro aquilo que é a vontade de Deus”, concluiu o pastor.
O MPF aguardará o desdobramento da investigação para tomar as devidas providências com base nos resultados obtidos.