A partir desta terça-feira (30), chefes de Estado de países da América do Sul se reúnem em Brasília, no Palácio Itamaraty. Os presidentes de Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Suriname, Uruguai e Venezuela confirmaram presença. Um encontro desse porte não ocorre há, pelo menos, sete anos.
Durante entrevista coletiva de imprensa ao lado do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a união de países latino-americanos como uma solução para os problemas que perduram há mais de 500 anos na região. “Não dá pra imaginar que, sozinho, um país da América Latina vai resolver os seus graves problemas”, afirmou o presidente brasileiro.
Lula ressaltou que a união dos países latino-americanos traz força no processo de negociação, considerando a população de 450 milhões de pessoas e o PIB combinado de quase US$ 4,5 trilhões. “A gente tem força no processo de negociação e é por isso que esse momento [cúpula] é importante”, completou.
O encontro é parte dos esforços do governo brasileiro para retomar o diálogo com os países sul-americanos, que ficou truncado nos últimos anos. Segundo a embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Ministério das Relações Exteriores (MRE), a prioridade do governo Lula é reativar esse diálogo a partir de denominadores comuns com os países.
Embora o governo brasileiro evite apresentar uma proposta específica, espera-se que os presidentes discutam formas concretas de ampliar a integração regional. Uma possibilidade é a criação ou reestruturação de um mecanismo sul-americano de cooperação, que reúna todas as nações da região. Atualmente, não existe nenhum bloco com essas características, o que ressalta a importância desse encontro histórico.
A cúpula representa uma oportunidade para fortalecer laços, estabelecer acordos e buscar soluções conjuntas para desafios comuns enfrentados pelos países da América Latina. A expectativa é que as discussões durante o evento promovam a integração regional e abram caminho para uma maior cooperação e desenvolvimento sustentável na região.