O primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, anunciou nesta segunda-feira (29) a convocação de eleições legislativas nacionais no país para 23 de julho. A decisão foi tomada depois de o seu partido, o PSOE, ter sido derrotado pela direita nas eleições regionais e municipais. Ele perdeu para os conservadores em cinco das nove regiões autônomas que governava. Já o Partido Popular (PP, de direita) conquistou sete vitórias, duas delas com maioria absoluta, em Madrid e La Rioja.
Em declaração pública, o premiê afirmou que tomou a decisão “considerando os resultados das eleições de domingo” e informou o rei Felipe VI da “decisão de dissolver o Parlamento e proceder à convocação de eleições gerais”, que serão realizadas “no domingo, 23 de julho”. As eleições legislativas espanholas estavam previstas para ocorrer dentro de seis meses, em dezembro.
Os deputados regionais e presidentes de regiões socialistas “serão afastados” dando lugar aos eleitos do PP e do Vox, informou o chefe de governo.
O próprio Sánchez reconheceu que o significado do voto veicula mensagem que “vai além” dos resultados municipais e regionais, assumindo de alguma forma que se trata de um voto de punição contra o governo, contra a ação do Executivo.
“Como primeiro-ministro e secretário-geral do PSOE, assumo os resultados e vou submeter o resultado democrático à vontade popular”, disse ele, acrescentando que demonstra clarificação sobre a vontade da população espanhola. “Acredito que é necessário dar uma resposta”.
Levando em conta a vitória da direita, o governante acredita que é necessário um esclarecimento dos espanhóis sobre as forças políticas que devem liderar esta fase. “O melhor é que os espanhóis tomem a palavra para definir os rumos políticos do país”, frisou.
“Só há um método infalível para tirar essas dúvidas: a democracia. Creio que o melhor é que os espanhóis tomem a palavra para decidir o rumo do país”.
Sánchez justificou que “nesta altura da legislatura”, que está a seis meses do final, o governo que lidera já adotou a generalidade das reformas do programa com que tomou posse e outras que acertou com a União Europeia.
A decisão de dissolver o Parlamento e antecipar as eleições deve também significar que Sánchez renuncia à presidência espanhola da União Europeia, que começa em 1º de julho.
Pedro Sánchez é primeiro-ministro de Espanha desde 2018 e na atual legislatura, iniciada em janeiro de 2020, liderou um Executivo de coligação entre o Partido Socialista (PSOE) e a plataforma de extrema-esquerda Unidas Podemos. O mapa regional e autárquico da Espanha deixou de ser dominado pelos socialistas com as eleições regionais e locais de domingo, que o Partido Popular (PP, direita) ganhou, reivindicando o início de “novo ciclo político” no país.
Está previsto para esta segunda-feira à tarde um Conselho de Ministros extraordinário.