A Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) divulgou o resultado do novo chamamento público para cessão de espaço para empresas com atuação industrial em duas unidades no sistema prisional do Ceará. A empresa Top London, especializada em confecção de moda feminina, a Ledsim, empresa fabricante de produtos para iluminação por LED e a IBM, indústria brasileira de máscaras.
As unidades contempladas foram: Unidade Prisional Professor José Sobreira de Amorim (Empresa de confecção moda feminina: Top London) e CPPL 6 (Ledsim e IBM – indústria brasileira de máscaras LTDA). Para o secretário da administração penitenciária, Mauro Albuquerque, com a ampliação de empresas dentro das unidades prisionais “o sistema penitenciário deixou de ser uma escola do crime e virou uma escola do Estado e com oportunidades de trabalho. Hoje estamos ampliando outros segmentos de indústria nas unidades, o que mostra a versatilidade dentro do sistema. Isso é muito bom pro sistema, pro interno e para a ressocialização. Este investimento se transformou em um case pro Brasil todo”, conclui.
A coordenadora da Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do Egresso, Cristiane Gadelha, destaca a confiança dos empresários em investir seus negócios dentro do sistema penitenciário. “Essa parceria com as empresas privadas leva capacitação profissional aos nossos internos, trazendo uma nova possibilidade de transformação após receberem a liberdade. Além disso, também possui muitos benefícios para a própria empresa, como mão de obra produtiva elevada em virtude da disciplina dentro do sistema e a diminuição de custos”, atenta.
A proprietária da Top London, Heliamara Bessa, se surpreendeu positivamente ao conhecer os núcleos produtivos no sistema prisional. “O principal motivo que me fez investir nesse projeto foi a dificuldade de mão de obra lá fora. Hoje eu trabalho com 50 oficinas de costura externa, mas tenho muitos problemas para conseguir mão de obra qualificada e que de evasão a minha produção. Quando eu vi todas aquelas empresas funcionando, dando certo e com produtividade elevada, eu vi que ali eu tinha chance do meu negócio dar certo”, alega.
O empresário da Ledsim, Igor Chacon, conta como surgiu o interesse em investir sua empresa dentro do sistema penitenciário. “Queria ressaltar que depois da visita dentro do sistema, achamos tudo aquilo incrível. Ficamos deslumbrados com a ideia do lado social em dar oportunidade a mais de ressocialização aos internos e também vimos o comprometimento da mão de obra e do Governo do Estado em nos ajudar como empresários. Tive a oportunidade de visitar uma empresa em funcionamento e percebi o extremo cuidado do sistema com a parte de segurança, limpeza, educacional e profissionalização da mão de obra. Esse conjunto de características positivas fez com que a gente decidisse estar junto com a secretaria e fechar com o sistema prisional”, disse.
Cadeias Produtivas
A instalação de empresas dentro das unidades prisionais faz parte do projeto Cadeias Produtivas. Em dois anos, o programa já recebeu oito empresas, duas instalações em processo de finalização e mais três empresas contempladas pelo chamamento público. Em 90 dias, serão 13 empresas em funcionamento direto dentro do sistema penitenciário cearense.
As empresas instaladas são: Mallory (confecção de ventiladores), Ypioca (confecção de camisas de palha, usadas para revestir a garrafa da cachaça), Malwee (confecção de peças de vestuário), Prot Servis (confecção de roupas profissionais), Sky Beach (confecção de roupas), W.Jota Gráfica e Editora (prestação de serviços em gráfica), Onvit (empresa de processamento e exportação de castanha de caju) e Marisol (confecção de peças de vestuário). Estão em processo de instalação as empresas Allure e Hiteck.
O objetivo é oportunizar qualificação e trabalho para todos os internos que cumpram pena dentro do sistema penal. Atualmente, 281 internos estão trabalhando nas empresas instaladas. Neste projeto, os internos trabalham 40 horas semanais e recebem remição de pena a cada três dias trabalhados. A metade do salário é enviada a família, 25% entra como depósito judicial para benefício futuro do interno em liberdade e os outros 25% retornam ao sistema prisional para investimento em melhoria.
Contato
Empresários ou industriais interessados podem entrar em contato com a Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do Egresso no telefone 3101-7714 ou através do e-mail [email protected].