A educação inclusiva é fundamental para o empoderamento e a autonomia das pessoas com deficiência (PcD), o que, consequentemente, ajuda a desenvolver uma sociedade mais justa e socioeconomicamente desenvolvida. Por isso, a Universidade Estadual do Ceará (Uece) vem fortalecendo suas ações de inclusão social a partir de iniciativas que vão desde a contratação de profissionais especializados até a implementação de grupos como o Lead (Legendagem e Audiodescrição), do Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada (PosLA), que, desde 2013, vem ampliando suas ações para garantir o acesso desse público ao ensino superior e aos cursos de pós-graduação.
“O PosLA tem um grande projeto voltado para as pessoas com deficiência, sobretudo as com deficiência visual e auditiva. Desde 2008, o grupo Lead (Legendagem e Audiodescrição) vem desenvolvendo pesquisa e ações e envolvendo produtores culturais para realizar produções acessíveis. A partir de 2013, passamos a focar ainda mais na qualificação das pessoas com deficiência”, destaca o professor Wilson Júnior de Araújo Carvalho, coordenador do Programa de Pós-graduação em Linguística Aplicada.
Para ampliar esse trabalho e estimular o ingresso de mais pessoas com deficiência no PosLA, o coordenador destaca a importância da contratação de mais profissionais voltados para a acessibilidade, como intérpretes de libras e audiodescritores, o que vem sendo feito pela Uece. Em maio deste ano, a Universidade anunciou que será lançada licitação para contratação de 39 profissionais por meio de empresa terceirizada e sob a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para fortalecer seu plano de inclusão social. As vagas estão divididas entre as áreas de Audiodescrição (3), Interpretação e Libras (24) e Auxiliares Administrativos (12), estes últimos para a tarefa de acompanhante/mediador, cuja finalidade será atender os alunos com deficiência que necessitem desse serviço. Serão contemplados todos os campi da Universidade: Limoeiro do Norte, Quixadá, Iguatu, Crateús, Tauá, Mombaça e Itapipoca, Fortaleza/Itaperi e Fortaleza/Fátima.
“Temos um egresso com deficiência visual que obteve o grau de mestre em nosso programa. Hoje, temos uma estudante com deficiência visual. Também tivemos, em diversas ocasiões, pessoas com deficiência sensorial que cursaram disciplinas avulsas na condição de alunos especiais”, diz o professor Wilson. “Ao se dedicar à formação de pessoas com deficiência, a Uece contribui para a construção de uma sociedade melhor a partir do estímulo à pesquisa e da formação de profissionais comprometidos com a acessibilidade, além de abrir portas para que mais pessoas com deficiência ingressem na graduação e na pós-graduação”, finaliza o coordenador do PosLA.
A Pró-reitoria de pós-graduação e pesquisa (PROPGPq) promoverá no próximo dia 13 de julho encontro para discussão com a câmara Stricto Sensu sobre as cotas, bem como a determinação do percentual em cada seleção, comenta a pró-reitora de pós-graduação e pesquisa, professora Lucia Duarte.
Sobre o PosLA
O curso de mestrado acadêmico do Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada foi criado em 1998. Em 2012, após aprovação da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), foi implementado o curso de doutorado acadêmico do PosLA. Atualmente, o PosLA possui três linhas de pesquisa: Linguagem, Tecnologia e Ensino; Multilinguagem, Cognição e Interação e Estudos Críticos da Linguagem.
Hoje, o Programa é uma referência para a qualificação de profissionais do ensino de línguas do Norte e Nordeste, tendo obtido nota 5 na última avaliação quadrienal da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).
Ao longo de sua existência, o PosLA vem exercendo um papel social relevante por meio dos seus estudos realizados, que incluem pesquisas sobre multiletramentos, desenvolvimento e ensino de línguas, formação de professores, linguagem em tecnologia, cognição e interação, tradução audiovisual e estudos críticos da linguagem, que constituem um marco importante nos estudos aplicados da linguagem no Brasil.
