O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quarta-feira que o governo deverá propor um aumento no valor do Bolsa Família para começar a ser pago em agosto ou setembro, elevando a parcela mensal do benefício para R$ 250. Desta forma, o valor se equipararia à média do auxílio emergencial pago neste ano.
“Só com auxílio emergencial, no ano passado gastamos mais que dez anos de Bolsa Família”, exaltou o presidente, em fala a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada. “O PT, que fala tanto em Bolsa Família, hoje a média é de R$ 192; a gente pretende passar para R$ 250 em agosto ou setembro”.
O orçamento do Bolsa Família para este ano é de R$ 34,8 bilhões, já supondo um reajuste para R$ 202 e medidas para incentivar estudos e desempenho esportivo, que fazem parte do novo programa social que o Planalto pretende lançar.
Nesta semana, o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou que o governo federal implemente, a partir do ano que vem, um programa de renda básica nacional. Deverão receber o benefício, segundo a decisão, os brasileiros que estejam vivendo na extrema pobreza.
Nesta quarta-feira, a seus apoiadores, Bolsonaro também avaliou que “apesar dos problemas, a Economia está reagindo bem” no país.
CPI
Ao falar da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, instalada na terça-feira no Senado para investigar ações e omissões no governo em relação à covid-19, o presidente acusou gestores que receberam repasses da União durante a pandemia de desviarem recursos.
Bolsonaro Em conversa com apoiadores, nesta quarta-feira, o presidente também criticou a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia, instalada ontem no Senado, e questionou se a comissão fará “Carnaval fora de época” sobre seu governo.
“A CPI vai investigar o quê? Eu dei dinheiro pros caras, mais de R$ 700 bilhões; muitos roubaram dinheiro”, disse. “CPI vai querer fazer Carnaval fora de época? Quem está com essa intenção vai se dar mal.”
Ele não entrou em detalhes, mas afirmou que o governo do Rio Grande do Norte de desviou R$ 900 milhões da verba federal para quitar a folha de pagamento dos servidores públicos.
Ao enumerar temas que devem ser investigados na CPI, como o incentivo do governo ao uso de medicamentos ineficazes e contraindicados para o tratamento da covid-19, Bolsonaro reiterou sua posição: “Ah, [investigar] se ele foi favorável a cloroquina ou não… Se eu tiver um novo vírus, vou tomar de novo”.
Vacina
O presidente, que compõe o grupo de risco e já teria direito a se imunizar contra a doença, disse que só tomará a vacina após o último brasileiro ser imunizado. Até alguns meses atrás, Bolsonaro dizia que não iria se vacinar.
“Eu sou chefe de Estado e tenho que dar exemplo. Já que não tem para todo mundo ainda, que tomem na minha frente”, afirmou. “Tem gente apavorada, então toma a vacina na minha frente”.
Fonte: Valor Investe