Estudante da zona rural de Amontada monta estrutura em cerca para conseguir sinal de internet e acompanhar as aulas remotas

Tony Sousa Ferreira, 14 anos, é aluno do 9° ano da Escola de Educação Básica Domingos Carlos Damasceno e diariamente sobe em uma estrutura para conseguir receber as tarefas escolares.

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Diante da dificuldade em conseguir sinal de internet para acompanhar as aulas remotas, o estudante Tony Sousa Ferreira, de 14 anos, precisou criar uma estrutura em uma cerca, onde sobe para conseguir conexão no celular e receber as atividades enviadas pelos professores. Ele mora na zona rural da cidade de Amontada, no interior do Ceará.

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Aluno do 9° ano da Escola de Educação Básica Domingos Carlos Damasceno, Tony diariamente caminha cerca de 200 metros de casa até o local. Após ter acesso ao conteúdo com os dados móveis do celular, o estudante volta para a residência, faz as tarefas e retorna à estrutura para enviar o material aos professores.

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Tony é filho de agricultores e a renda da família vem do benefício recebido pelo programa Bolsa Família. Segundo o jovem, todo mês a mãe dele tira R$ 20 do dinheiro para colocar créditos no celular para que ele possa estudar.

Foi em uma das idas ao roçado com o pai que o adolescente descobriu o local com a melhor intensidade do sinal telefônico. Desde então, todas as manhãs ele sobe na estrutura para garantir o material de estudo. A rotina só é interrompida em dias de chuva, devido ao perigo de raios.

Apesar das dificuldades, Tony acredita que esse é apenas um dos caminhos para chegar aos seus objetivos. “Entendo que tenho um caminho pela frente e irei viver um dia de cada vez”, afirma o estudante, com interesse em segurança pública e esportes.

Assíduos nas atividades

Conforme a diretora da E.E.B. Domingos Carlos Damasceno, Maria Jakelline de Sousa Barrros, apesar de bastante tímido,Tony é muito ativo nas atividades escolares e, mesmo durante a pandemia, quando o colégio passou a ter aulas remotas, ele sempre teve 100% de frequência.

O desempenho do aluno resultou em uma visita dos professores, que só descobriram como o jovem fazia para estudar quando chegaram à residência dele. “Visitando a família para parabenizar a frequência dele, descobrimos que ele não tinha internet em casa e fez um jirau para usar os dados móveis no celular, com o crédito que a mãe coloca”, relembra a diretora.

Maria Jakeline relata que a escola não oferece aulas remotas em tempo real devido às dificuldades de acesso dos alunos. Segundo a gestora, 50% dos estudantes recebem as atividades impressas em casa, que são entregues quinzenalmente pelos professores. Já o restante, recebe os materiais diariamente pelo WhatsApp.

Para ela, o aluno é motivo de orgulho. “Ele estuda na parte da manhã, quando está chovendo ele não vai ao local e quando passa ele vai e pega as atividades que o professor mandou. Mesmo assim, ele tem cumprido isso 100%, e a gente fica muito feliz e reconhece o esforço dele”, diz a diretora.

Fonte: G1

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