Cia Balé Baião de Itapipoca apresenta Oralidanças

As seis apresentações serão exibidas no YouTube e contemplam temáticas como diversidade, periferia, igualdade racial e meio ambiente.

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Nos dias 18 e 19 de março, a partir das 20hs, a Cia Balé Baião e a Associação de Artes Cênicas de Itapipoca – AARTI, por meio do canal no YouTube do Galpão na Cena de Itapipoca, exibem seis apresentações de dança contemporânea do projeto Oralidanças – Dizeres do Corpo Emergente. Os trabalhos contemplam temáticas como ritualidades do sagrado feminino ancestral; oralidades da população LGBTQIA+; corpas negras e racismo estrutural; oralidades do corpo periférico; masculinidade tóxica; afetividade, soberania alimentar e ecologia.

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As apresentações são fruto de um laboratório imersivo e de uma série de oficinas e rodas de conversa realizadas em 2020 e no início de 2021, também parte do Projeto. As ações foram contempladas no Arte Livre – Edital de Criação Artística, da Lei Aldir Blanc Ceará, lançado pela Secretaria Estadual da Cultura (Secult CE).

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A proposta de pesquisa OraliDanças é redimensionar a imagem do Griot africano, mensageiro peregrino que conta histórias, mitos e provérbios por meio da fala, do canto, da música e dança, transmitindo saberes milenares para as novas gerações. O Griot, tradicionalmente chega perto das pessoas, fisicamente. No contexto da pandemia, os artistas, acostumados com a proximidade com o público precisaram se reinventar e utilizar a Internet como meio de construção. “Tivemos que nos desprender dos formatos conhecidos e repensar possibilidades outras de nos manter em conexão”, afirma Gerson Moreno, diretor e coreógrafo da Cia Balé Baião. 

O artista ressalta ainda a importância da Lei Aldir Blanc no suporte dos artistas. “Com o fechamento de espaços públicos e cancelamento de eventos culturais tudo ficou bem mais difícil. Além de companhia, somos uma associação sem fins lucrativos com espaço localizado no bairro Violete, periferia de Itapipoca. Atendemos muitos outros artistas e coletivos oferecendo capacitações técnicas entre outras ações. Sem os apoios que tivemos e estamos tendo através da Lei Aldir Blanc não teríamos condições de manter o espaço, pagar energia elétrica, aluguel, água, fazer a manutenção da limpeza, etc”, explica.  

A Cia Balé Baião desenvolve um trabalho pioneiro de investigação, pesquisa, produção e difusão de danças cênicas contemporâneas atravessadas por estéticas e narrativas negras, ameríndias e populares, com 26 anos de resistência e reinvenção. É um coletivo de dança de Itapipoca composto por 10 multiartistas.

O Ponto de Cultura Galpão da Cena, sede oficial da Associação de Artes Cênicas de Itapipoca (AARTI), é um quilombo vivo atuante na periferia da cidade, uma irmandade de artistas diversos que convergem para pensar/gerar/compartilhar em coletivo. 

Oralidanças

18 e 19 de março, a partir das 20h.

Canal no YouTube do Galpão da Cena: https://www.youtube.com/channel/UC4yO7SxY-QBSZe1duD-dAfA 

Parceria: Cia Balé Baião e Associação de Artes Cênicas de Itapipoca – AARTI

Apoio: Secretaria Estadual da Cultura por meio da Lei Aldir Blanc e Galpão da Cena.

Programação do Projeto Oralidanças

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18 de março, a partir das 20h – OraliDanças de guetos e camarins

  • “Sustento”

Sinopse: Diante do espelho um homem que conhece o medo, a fúria e a delicadeza mais proibida. Enquanto ativa seu Kati, rememora seus conflitos ocultos, convoca os seus para a guerrilha e tonifica suas bases de sustentação. Anúncio de outras masculinidades por vir.

Ficha técnica:

Dançarino/criador e textos autorais: Gelmo Sousa;

Figurino: Edilene Soriano;

Orientação dramatúrgica: Liliana Matos e Gerson Moreno.

  • “Gutural”

Sinopse: Quando uma mulher negra vira loba e uiva, nenhum saco da repressão será páreo para ela. É das entranhas profundas que eclode um grito ancestral provindo de tempos imemoriais, uma língua morta que insiste em reviver e ganhar tônus. 

Ficha técnica:

Dançarina/criadora e texto autoral: Luana Sousa;

Trilha sonora mecânica: Ernany Braga;

Figurino: Edilene Soriano;

Orientação dramatúrgica: Liliana Matos e Gerson Moreno.

  • “Dialoguetos”

Sinopse: Ele mora no bairro Ladeira, periferia de Itapipoca. No seu recanto imaginário conta fatos cotidianos da sua meninice, memórias e poéticas de uma quebrada em constante reconfiguração. Entre notícias de violência, racismo e exploração um pivete brinca de ser artista e vira um. 

Ficha técnica:

Dançarino-criador e texto autoral: Ernany Braga;

Figurino: Edilene Soriano;

Orientação dramatúrgica: Liliana Matos e Gerson Moreno.

19 de março, a partir das 20h – OraliDanças de rezas, troncos e juremas:

  • “Macerações”

Sinopse: Três mulheres distintas evocam memórias de ritos ancestrais femininos. Rezas e banhos, ervas de terreiro, macerações, fogareiro aceso e espadas de São Jorge, portal sagrado de revelação, transe e cura.

Ficha técnica:

Dançarinas-criadoras e textos autorais: Edileusa Inácio, Vaneila Ramos e Agricelha Andrade;

Toque de tambor: Cacheado Braga;

Trilha sonora mecânica: Ernany Braga e Gerson Moreno;

Figurinos: Edilene Soriano;

Orientação dramatúrgica: Liliana Matos e Gerson Moreno.

  • “Entroncamentes”

Sinopse: No tronco cortado se equilibram duas corpas. Tensão que pontua estados de resistência e reinvenção frente a conjunturas de fascismo, homofobia, violência, chacina e destruição dos ecossistemas. Troncas velhas, rebentos novos, convocação de ontem e hoje!

Ficha técnica:

Dançarinos-criadores e textos autorais: Idell Andrade e Gil Oliveira;

Trilha sonora mecânica: Ernany Braga e Gerson Moreno;

Figurinos: Edilene Soriano;

Orientação dramatúrgica: Liliana Matos e Gerson Moreno.

  • “Orgânico”

Sinopse: Um liquidificador, galhos de urucum e uma pessoa que tem fome. Instalação crua. Seria uma visão pós-apocalipse ou uma tragédia vigente em plena nova era? O que comer neste deserto se tudo deixou de ser alimento e virou pasto de gado?

Ficha técnica:

Dançarino-criador e texto autoral: Cacheado Braga;

Figurino: Edilene Soriano;

Orientação dramatúrgica: Liliana Matos e Gerson Moreno.

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