Os meses de dezembro e janeiro marcam a Pré-Estação no Ceará. Como o próprio nome diz, ela antecede o principal período de chuvas no Estado, que vai de fevereiro a maio. Considerando seu histórico, ele tem suas características climáticas específicas.
De acordo com dados da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme), a média para o bimestre é de 130,3 milímetros, sendo 31,6 mm correspondentes às chuvas em dezembro e 98,7 mm, em janeiro. A qualidade das precipitações nesta época não têm relação com o resultado dos meses seguintes.
“As chuvas da Pré-Estação não influenciam as chuvas da estação chuvosa principal, pois, de modo geral, os sistemas meteorológicos atuantes em dezembro e janeiro são diferentes dos observados na quadra chuvosa”, comenta a gerente de Meteorologia da Funceme, Meiry Sakamoto.
Ao longo dos últimos anos, os resultados da Pré foram os seguintes:
Entre o fim e o começo no ano, as precipitações costumam ser decorrentes da influência de frentes frias que alcançam o Estado da Bahia e provocam formação de áreas de instabilidade e nuvens de chuva, principalmente, no sul do Ceará, por isso, as chuvas no Cariri costumam iniciar no mês de dezembro.
Além das frentes frias, o período também é caracterizado pela atuação dos Vórtices Ciclônicos de Altos Níveis (VCAN) e dos Cavados de Altos Níveis (CAN), que dependendo do seu posicionamento provocam chuvas no Ceará.
“Explicando melhor, o posicionamento das bordas desses dois sistemas sobre o Ceará significa ocorrência de chuvas. o posicionamento do centro desses sistemas, ao contrário, supressão de chuvas. Os vórtices e cavados têm seu período de atuação, principalmente, em janeiro, podendo se estender até fevereiro (início da quadra chuvosa), mas reduzindo a partir de março. Esses sistemas indutores de precipitações nesta época são de baixa previsibilidade e costumam ser identificados nas previsões de curto prazo, isto é, até três dias’, explica Sakamoto.
Por sua vez, durante a quadra chuvosa, o principal sistema indutor de chuvas no Ceará é a Zona de Convergência Intertropical (ZCIT).
Tendências
Conforme a Funceme, a tendência é de que o volume acumulado de chuvas em dezembro de 2020 fique próximo à normal climatológica, isto é, próximo a 31,6 mm. “Observamos, contudo, que como os sistemas meteorológicos atuantes neste período são transientes e de baixa previsibilidade, é importante acompanhar as previsões de tempo divulgadas diariamente”, finaliza a gerente do órgão estadual.
Para acompanhar as previsões diárias de tempo, basta acessar o site da Funceme ou conferir por meio do aplicativo Funceme Tempo, que é gratuito e disponível para todas as plataformas.
Fonte: Funceme